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Vamos conversar sobre a pedagogia da autonomia de Paulo Freire?

Na área da educação, Paulo Freire é uma das principais referências, sendo, inclusive, uma inspiração para outros países. Isso porque, seu pensamento tem uma visão mais humanizada do processo educativo, que centra a aprendizagem no aluno e em seu contexto político e social para estimular o desenvolvimento. Nesse sentido, a obra Pedagogia da Autonomia é um dos seus maiores legados.

No livro, ele apresenta algumas bases para a educação, além de experiências e métodos que buscam renovar a visão da prática pedagógica para encorajar a autonomia dos estudantes.

Neste post, apresentaremos um breve panorama sobre a obra Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire, sua importância para a educação e as possibilidades práticas que apresenta. Vamos lá?

Do que trata a Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire?

O livro Pedagogia da Autonomia foi escrito e publicado pelo educador e filósofo pernambucano Paulo Freire, em 1996, ano anterior ao seu falecimento. É um livro pequeno, com apenas 144 páginas na versão original, mas extremamente rico em conteúdo. A obra é dividida nos seguintes capítulos:

  • Não há docência sem discência — é o capítulo em que o autor debruça seu olhar ao aluno e mostra como é importante que ele seja reconhecido pelos educadores;
  • Ensinar não é transferir conhecimento — momento em que Freire explica o conceito de "educação bancária" e descontrói a ideia que o professor deposita seu conhecimento no aluno, que apenas o recebe passivamente;
  • Ensinar é uma especificidade humana — no último capítulo, Paulo Freire defende a afetividade e a liberdade na educação. Assim, demonstra que disciplina pode não ser o silêncio, mas o alvoroço que demonstra a empolgação em aprender.

Assim, a Pedagogia da Autonomia é importante, pois marca um pensamento que tira a figura do professor como o centro do conhecimento e mostra esse processo de aprendizagem como uma construção.

Apesar disso, o professor é bastante reconhecido nos escritos de Paulo Freire, pois considera que ele também precisa ter seu desenvolvimento assegurado. Desse modo, valoriza aspectos como: curiosidade, alegria, criticidade, respeito e liberdade na prática em sala de aula.

Por que é tão importante conhecê-la?

A obra de Paulo Freire apresenta uma visão bastante humanizada do processo educativo, que considera professor, aluno e sociedade. Para ele, a alegria e a esperança durante essa jornada são fundamentais, pois, juntos, professor e aluno percebem que são inacabados e buscam a construção de um futuro melhor.

A abordagem mais pessoal, a partir de suas experiências e percepções, ajuda a perceber com maior clareza o que o autor quer nos mostrar ao longo de seu livro. Não é sem motivo que está presente em grande parte dos cursos de formação de professores. Ele é o patrono da educação brasileira e terceiro autor mais citado em trabalhos acadêmicos do mundo.

Por isso, é muito importante conhecer a Pedagogia da Autonomia, já que incentiva reflexões essenciais para a educação. Freire reforça a necessidade de o educador — e toda a sociedade — refletir constantemente sobre seu trabalho, para que a teoria não se torne apenas discurso e a prática não seja alienada.

Como aplicar a educação para a autonomia em sala de aula?

Após compreender um pouco mais sobre a Pedagogia da Autonomia, é interessante conhecer formas de aplicá-la na prática em sala de aula. Um dos pontos fortes das obras desse pensador é serem baseadas na realidade das escolas, especialmente do Brasil. Veja algumas dicas para adotar essa linha pedagógica.

Estudo constante dos professores

Um dos aspectos importantes mostrados pelo teórico em seu livro e que convém reforçar é que os professores também precisam ser curiosos e estarem em busca de desenvolvimento. Por isso, todas as oportunidades de aprendizagem, como leituras, cursos, palestras, eventos e até as trocas de conhecimentos com outras pessoas da área são ótimas para enriquecer a prática.

Respeito aos conhecimentos dos estudantes

Para que os estudantes consigam desenvolver a sua autonomia, é preciso que eles, primeiro, se reconheçam. E isso envolve assumir a sua identidade cultural, social e histórica. Em seu método de alfabetização de adultos, Paulo Freire tem como princípio as experiências de vida dos seus educandos.

Isso também pode ser aplicado nas aulas com crianças e adolescentes, de maneira a ajudar a avançarem na aprendizagem sem desconsiderar a bagagem que já apresentam.

Empatia no processo educativo

Para Paulo Freire, o respeito e a empatia devem estar presentes em toda a jornada escolar. Justamente por isso, ele demonstra que ensinar exige saber escutar, afinal, não se constrói o conhecimento impositivamente, ditando informações de cima para baixo. O pensador demonstra que os professores aprendem a se comunicar com os alunos a partir da escuta.

Com isso, é preciso reconhecer o estudante como ser autônomo e com necessidades. Nesse contexto, o silêncio é o sinal de respeito de quem oferece sua atenção, a partir de um olhar sensível em relação ao outro. Pela empatia, o professor conhece melhor seus alunos e pode articular os saberes necessários para auxiliá-los em seu desenvolvimento.

Bons exemplos pelas ações

Como dissemos, os escritos desse pensador são muito baseados na vida prática. Assim, o professor deve ir além do discurso e viver aquilo que ele prega. Segundo Paulo Freire, o educador não difere de seus estudantes. Então, precisa vivenciar o que fala também.

O exemplo assume um papel importante, pois é a partir dele que as palavras se tornam realidade. Nesse sentido, a velha expressão "faça o que eu digo, não faça o que eu faço" não é interessante se a intenção for estimular os estudantes a adotarem novas práticas. Quando o objetivo é inspirar os alunos a falarem com respeito, o primeiro passo deve ser tratá-los respeitosamente.

Portanto, a Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire é uma obra importante para educadores, pois amplia a visão que se tem sobre a sala de aula e a relação com os estudantes. Certamente, é uma leitura que provocará grandes reflexões e uma percepção renovada sobre a prática pedagógica.

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