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Quais as alternativas para superar a defasagem no ensino brasileiro?

A pandemia de covid-19 gerou grandes impactos na educação, que serão difíceis de serem superados. No entanto, a defasagem no ensino brasileiro é um problema anterior e que teve seus efeitos potencializados pelas medidas adotadas para contenção da doença, como o distanciamento social.

Os desafios que se apresentam para a formação de alunos em nosso país são de responsabilidade de todos: gestores escolares, educadores, famílias e sociedade em sua totalidade. Por isso, além de compreender os problemas, também é importante conhecer as possibilidades de superação que surgem no horizonte.

Neste artigo, você conhecerá alguns aspectos da defasagem enfrentada no ensino brasileiro, como a pandemia intensificou os entraves e as alternativas para lidar com esse cenário. Boa leitura!

Quais são os problemas do ensino brasileiro na atualidade?

A defasagem no ensino consiste em um descompasso em relação ao que se espera da formação dos estudantes e o que eles realmente apresentam. A dificuldade de fortalecer o desenvolvimento básico dos alunos não é recente e existem esforços recorrentes para a renovação do ensino — um dos fatores com potencial de melhorar esse cenário.

A despeito de tantas mudanças na sociedade, as escolas ainda enfrentam alguma resistência com as propostas inovadoras. Outro problema marcante da educação brasileira é a alfabetização na idade certa.

Os obstáculos estão em todas as etapas escolares. Porém, algumas dificuldades de aprendizagem se tornam mais agudas no Ensino Médio — algo que pode ser fruto de uma defasagem mantida nos anos anteriores, somada aos desafios externos à escola, como questões sociais e a necessidade de ingresso no mundo do trabalho.

Segundo dados da Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica), a avaliação utilizada pelo MEC (Ministério da Educação) para avaliar a aprendizagem escolar, menos de 4% dos alunos do 3º ano do Ensino Médio apresentavam os conhecimentos adequados em português e matemática. A pesquisa foi coletada em 2017. Fica evidente o desafio de aprimorar o ensino.

Como a pandemia impacta nos desafios da educação?

Se a educação passava por tentativas constantes de melhoria e evolução, a pandemia de covid-19 trouxe novos desafios ainda desconhecidos. As dificuldades que já estavam presentes no ensino se intensificaram e ficaram ainda mais expostas.

A fragilidade da incorporação das tecnologias e metodologias inovadoras é um exemplo disso. A necessidade de virtualização emergencial explicitou a pouca familiaridade de muitas escolas com as ferramentas digitais e a baixa adesão a essa nova realidade — que já está presente em muitos outros setores.

Um estudo encomendado pela Fundação Lemann ao Centro de Aprendizagem em Avaliação e Resultados para o Brasil e a África Lusófona, vinculado à Fundação Getulio Vargas (FGV), demonstrou que o atraso na educação provocado pela pandemia pode ser de até 4 anos.

Portanto, educadores, famílias, estudantes e a sociedade como um todo se veem diante da missão de fortalecer o ensino e contribuir com a melhoria da educação para superar os impactos da pandemia e demais problemas históricos do nosso país.

Quais são as alternativas para superar a defasagem no ensino brasileiro?

No cenário apresentado, é fácil prever que a tecnologia é uma aliada importante para reverter o problema da defasagem. Novas ferramentas, em grande medida, auxiliam na renovação das escolas e ajudam a solucionar problemas comuns.

Um exemplo é a acessibilidade do ensino. Com ferramentas inteligentes é possível melhorar a experiência dos estudantes que apresentam necessidades especiais e personalizar o ensino para todos, com respeito às individualidades e as diferentes formas de aprender. Veja algumas iniciativas inovadoras que serão aliadas importantes!

Avaliação diagnóstica

Para lidar com os problemas das escolas, o primeiro passo é conhecer bem quais são os desafios que se apresentam. Para isso, um instrumento importante é a avaliação diagnóstica. Ela indica o quanto os alunos dominam determinada área do conhecimento, o que auxilia a perceber quais são os pontos de atenção.

Esse recurso é muito importante na retomada das atividades, pois permite aos educadores a elaboração de planejamentos consistentes e alinhados com as necessidades dos estudantes. Assim, fica mais claro o reflexo do distanciamento social no desenvolvimento escolar dos alunos.

Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

As metodologias ativas de ensino-aprendizagem são tendências em crescimento. Elas consistem em orientações para a prática educativa que têm como princípio o protagonismo do aluno e o desenvolvimento por experiências práticas.

Existem diferentes propostas que norteiam a condução das aulas e até mesmo a seleção dos materiais para a apresentação dos temas. Alguns exemplos são:

  • aprendizagem baseada em problemas;
  • aprendizagem baseada em projetos;
  • sala de aula invertida;
  • gamificação.

Desse modo, as metodologias ativas de ensino-aprendizagem são ferramentas que auxiliam na renovação das escolas e tornam a experiência escolar mais alinhada com as características dos estudantes contemporâneos e as necessidades da sociedade atual.

Ensino híbrido

O ensino híbrido também pode estar entre as metodologias ativas de ensino-aprendizagem, mas merece especial destaque. Isso porque a digitalização das atividades demonstrou os desafios de ensinar e aprender à distância, mas também apresentou um importante potencial das ferramentas tecnológicas para o processo formativo.

Assim, permite conciliar experiências em sala de aula com atividades realizadas em casa, quase sempre com o amparo da tecnologia. A proposta de estudos online dinamiza o processo e permite aprofundar os conhecimentos, sem perder as vivências na escola.

Atenção para a saúde mental

O cuidado com a saúde mental de profissionais da educação e dos alunos é uma pauta importante, especialmente após a experiência de uma pandemia que desestruturou o mundo.

As escolas e os órgãos responsáveis pela educação no Brasil precisam se organizar para oferecer acolhimento, bem como ações de promoção da saúde mental para todos os envolvidos. É importante reforçar uma cultura do autocuidado, além de incentivar relações mais saudáveis e amistosas no ambiente escolar.

Como vimos, a defasagem no ensino brasileiro é um problema anterior à pandemia de covid-19, mas que se tornou ainda mais intenso com os impactos do espalhamento da doença no Brasil e no mundo. Assim, é importante haver uma mobilização de todos para superar as dificuldades e promover melhorias em nossa educação.

E você, o que acredita ser necessário para lidar com a defasagem do ensino em nosso país? Deixe um comentário com a sua opinião, vamos adorar saber!